terça-feira, 3 de agosto de 2010

Timidez

Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
- mas só esse eu não farei.
Uma palavra caídadas
montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...
- palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,-
que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.

domingo, 1 de agosto de 2010

Reflexo de dor






A chuva cai lá fora
as folhas voam com o vento
e essa dor que sinto continua
E uma dor tão forte que não consigo explicar

Apenas tento descreve-la
mas não consigo é tão triste
estar só olhar ao redor e vê
o meu reflexo no espelho


Meu rosto é uma mascara sem cor
os meus olhos tenta mostrar
a dor que me dilacera
com posso viver se estou presa em mim mesmo ?


Não posso ser livre
por isso escrevo
tentando esquecer o que sinto
pensando no amanhã.
























quarta-feira, 28 de julho de 2010



Meu Sonho (Cecília Meireles)




Parei as águas do meu sonho


para teu rosto se mirar


Mas só a sombra dos meus olhos


ficou por cima, a procurar...


Os pássaros da madrugada

nãotêm coragem de cantar,

vendo o meu sonho interminável

e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.

Se não chegas nem pelo sonho

por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,

talvez não se deixem fechar.

Talvez pensem que o tempo volta,

e que vens, se o tempo voltar.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nada tem sentido


Não tem sentido chorar

Se podemos sorrir

Sofrer se podemos

Ser eternamente felizes


Não tem sentido

Estar sempre triste

Se podemos estar

Provando algo extremamente raro: amor


Não tem sentido esperar

Se podemos mudar

Odiar se podemos

Simplesmente perdoar


Quero estar só

Gritar aos quatros cantos

Que nada tem sentido

Nem mesmo a vida


Chorar, sorrir, amar

Tudo bem simples

Mas tudo bem complexo

Afinal nada tem sentido

Assim é a vida...

Labirinto negro (vencedora do tal)


Estou sonhando?

Não é realidade

O dia está perfeito!

As aves cantam

As folhas balançam

Com o sopro do vento

As cobras voam

A águia rasteja

Das árvores brotam a água

Dos rios nascem os frutos

De repente tudo fica escuro

Do céu cai gotas de sangue

Dos meus olhos desce larva quente

Corro num caminho sem fim

um labirinto negro

Grito e ninguém me ouve

Choro e diante de mim

Se forma um rio de lágrimas

Não sei o porque

Mas estou com o desejo

De comer minha carne

Beber meu sangue

Meus seios estão palpitantes

Da minha garganta saltam os soluços

Da minha boca escorre o líquido quente

Necessário a vida

A razão se esvai sobre os meus dedos

Ah! Descobrir porque estou assim

estou louca, louca por mim...


Negro infinito


Não sei o porque de tudo
Mas sei que simplesmente
Não consigo mais fechar os olhos
E deixara vida passar


Coisas pequenas mudam minha vida
Ela está vazia e fria
Como sempre foi e não mudará
Sempre estive tão triste tão apagada
Esperando alguém me libertar desta prisão
Mas nunca ninguém veio
Sempre sou esquecida
É tudo tão volúvel
Que as vezes apenas fecho os olhos
Buscando alegrias enterradas
No mais profundo sentido do meu ser

Queria provar o amor
Mais isso é impossível
Queria sentir calor
Mas não consigo busca-lo

Esqueço de tudo
E abro os olhos nada mudou
O frio e o vazio continua lá
Mas agora sei que uma esperança sempre haverá

Lágrimas...


Estou só uma leve brisa passa por mim


e uma doce lágrima escorre sobre minha face


Em minha vida á alegria se torna tristeza


E o amor em dor


As cores se tornam monótonas


As flores secam e perdem a essência de viver


Meu sorriso fica guardado em meu coração


Esperando um dia novamente aparecer


Como dói estar só lamentando algo que não tem mais volta


Mas que levou junto um pedaço da minha alma do meu ser


Não sei mais o que fazer por enquanto apenas sofro


Caminhado por uma estrada estreita e escura chamada vida.